1,3 milhão de pessoas não conseguem pedir aposentadoria e desespero cresce nas filas do INSS

Mais de 1,3 milhões de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não estão conseguindo obter seus benefícios devido a falhas e sistema travado do órgão. São 65% dos requerimentos sem atendimento, deixando as pessoas sem aposentadoria, além de benefícios como assistência ao idoso, por incapacidade, para deficientes de baixa-renda, salário-maternidade, auxílio-doença e pensão por morte.

Só este mês, o órgão anunciou o fechamento de mais de 500 agências do INSS. O governo também anunciou, este ano, o fechamento de 20 unidades regionais do Dataprev, empresa que processa os dados de 35 milhões de aposentados.

A esse desmonte do sistema o governo chama de “otimização da força de trabalho” e “digitalização do sistema”, mas o efeito até o momento foi o desamparo de milhões de brasileiros, que não conseguem solicitar as suas aposentadorias. Os sistemas também não foram adaptados às novas regras da reforma da Previdência atrasando ainda mais os pedidos.

O INSS anunciou o fechamento de mais de 500 agências este ano. Foto: Reprodução TV Globo

Em todo o país, a espera passa de 45 dias, com filas crescentes nas agências e o desespero batendo à porta dos beneficiários. Em depoimento à TV Globo, no Rio de Janeiro, uma mulher com a filha no colo esperou horas na fila do INSS para tentar uma resposta sobre o salário-maternidade:

“Eu dei entrada no benefício do salário-maternidade e já tem três meses que eu estou esperando o processo tramitar e até hoje não tramitou. Pela internet, eu não consigo informação nenhuma, o 135 é uma gravação que diz que está pendente. Hoje, depois de três meses, eu vim aqui na agência para poder ter um feedback, uma resposta de um funcionário e me falaram que eu ainda tenho que ficar aguardando porque está pendente porque tem muitos pedidos e eu não sei quando eu vou começar a receber”, relatou a designer Rachel Gepp.

Em resposta ao caos, o governo, através do secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, admitiu nesta sexta-feira, 10, que a fila não será zerada antes de julho. A informação foi também anunciada pelo presidente do INSS, Renato Vieira, que afirmou que a fila não será resolvida em menos de seis meses. “Esperamos que nos próximos 6 meses a situação esteja absolutamente regularizada”, disse.