10 partidos já decidiram voto sobre Previdência; Centrão quer mudar texto

Pelo menos dez partidos já definiram oficialmente como votarão seus deputados na comissão especial que debate a reforma da Previdência e no plenário da Câmara dos Deputados. Somente o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e o Novo são totalmente favoráveis à reforma. A oposição (PDT, PT, PCdoB, PSB, PSOL e Rede) já anunciou que votará contra a PEC. Juntas, essas siglas têm 133 votos na Casa. MDB e PR disseram que vão votar a favor da reforma, mas com mudanças no texto.

Centrão defende mudanças na proposta

Membro do chamado Centrão e sexta maior bancada da Câmara, com 34 parlamentares, o MDB informou ontem que é contra três pontos da reforma. O partido vai tentar derrubar mudanças no BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos pobres, na aposentadoria rural e na aposentadoria de professores. A sigla também quer debater as propostas do governo para alterar a regra de cálculo da pensão por morte e os critérios de aposentadorias especiais, como de policiais. Além disso, questiona as mudanças nas alíquotas de contribuição, que criam alíquotas diferentes dependendo da renda do trabalhador ou se ele é servidor público.

O partido do ex-presidente Michel Temer (MDB), que também enviou ao Congresso Nacional uma proposta de reforma da Previdência, ainda definirá se vota contra ou a favor do regime de capitalização, defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Nele, o próprio trabalhador poupa para a sua aposentadoria, em contas individuais. É uma mudança radical em relação ao sistema atual, de repartição, no qual os trabalhadores na ativa bancam os benefícios dos aposentados. O PR também é a favor da reforma, mas diz que vai votar contra mudanças nas regras para a aposentadoria de professores. O partido do presidente da comissão, Marcelo Ramos (AM), tem 38 parlamentares.

BPC e aposentadoria rural

Outros 11 partidos do Centrão (DEM, Patriota, Pros, PRB, PTB, PP, PSDB, PPS, SD, PSD e Podemos) já se manifestaram a favor da reforma, mas não oficialmente. Os líderes desses partidos são contra mudanças no BPC e nas aposentadorias rurais, posição registrada em manifesto assinado por eles. “Vamos suprimir da proposta originária as regras que atingem os já tão sofridos trabalhadores rurais e os beneficiários do programa de prestação continuada, que são as pessoas com deficiência e aqueles com idade superior a 65 anos, que vivem em estado de reconhecida miserabilidade”, disseram.

A proposta de reforma antecipa a idade do BPC, mas também reduz o valor inicial do benefício a menos da metade. Hoje o BPC é pago a partir de 65 anos, mas com a proposta passa a 60 anos. O valor atual é de um salário mínimo (R$ 998 em 2019) e passaria a R$ 400 a quem tem 60 anos, chegando a um salário mínimo somente para quem tiver 70 anos. O texto também iguala as idades mínimas de aposentadoria rural para homens e mulheres, aos 60 anos, e a contribuição mínima passa a ser de 20 anos. Atualmente, trabalhadoras rurais podem se aposentar aos 55, e o tempo de contribuição é de 15 anos.

Governo quer reforma aprovada integralmente

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, tem dito publicamente que o governo defenderá a integralidade da proposta na comissão especial da reforma. Segundo ele, haverá um trabalho de convencimento dos parlamentares. Apesar disso, auxiliares de Bolsonaro e de Guedes já admitem que mudanças no BPC e na aposentadoria rural devem cair. “Já ficou bastante claro que esses dois pontos são quase que unanimidade entre os partidos de oposição e o Centrão. Logo, não é necessário comprar essa briga. O Congresso é soberano, fará as alterações que julgar importantes na reforma. Mas, como diz o ministro Guedes, o patamar de R$ 1 trilhão de economia é significativo e precisa ser preservado”, disse um técnico da equipe econômica.

Fonte: UOL

Governo prepara estratégia para não desidratar reforma da Previdência

O governo já articula sua estratégia para lidar com a ofensiva dos políticos que planejam desidratar a reforma da Previdência na comissão especial, que começa a analisar o mérito da matéria no Congresso. Já está pronto um conjunto de emendas que serão encampadas e apresentadas por deputados que apoiam o governo com o objetivo de fazer frente aos intentos de reduzir o impacto fiscal da reforma da Previdência . Elas foram elaboradas por especialistas a partir do levantamento de pontos que geraram críticas à proposta já conhecidos no Congresso.

Entre eles, as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e deficientes de baixa renda, na aposentadoria de trabalhadores rurais, professores, policiais federais, servidores dos estados e municípios, além da criação de um novo regime previdenciário de capitalização, no qual os trabalhadores contribuem para sua própria aposentadoria.

Segundo fontes do governo, as emendas que poderão servir como anteparo aos ataques do Congresso têm o apoio de governadores e prefeitos, podem reduzir resistências entre parlamentares e não afetam a economia projetada com a reforma de R$ 1 trilhão em dez anos. A busca de soluções alternativas é justamente para preservar o ganho fiscal, explicou um técnico.

Combate a fraudes

De acordo com os dados detalhados sobre a economia projetada com a reforma, o efeito das mudanças nas regras para os trabalhadores rurais será de R$ 92,4 bilhões. No caso do BPC, de R$ 34,8 bilhões. Já para os professores, R$ 21,4 bilhões. Ainda que o governo abrisse mão desses três pontos na reforma numa demonstração de boa vontade política, o ganho fiscal estimado não seria afetado. Ou seja, poderia ser uma alternativa viável politicamente sem penalizar a parte fiscal.

Contudo, o governo decidiu que vai insistir na manutenção desses pontos, sob o argumento de que é preciso inibir fraudes nas aposentadorias no campo — há hoje um número de benefícios concedidos superior àquele de trabalhadores que se autodeclaram rurais. Já no caso do BCP, a justificativa do governo para manter o plano de mudança é tornar o sistema mais justo, pois os beneficiários recebem a mesma quantia daqueles que passaram a vida toda contribuindo para o regime, sem nunca terem recolhido.

O prazo para apresentação de emendas, de 13 sessões (do plenário da Câmara ) já está correndo. Ao final, todas serão analisadas pelo relator da reforma da comissão especial, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). A previsão é que o parecer seja apresentado antes do fim de junho para que possa ser votado pelo plenário da Câmara ainda no primeiro semestre.

Moreira disse que vai estudar todas as emendas e conversar com líderes dos partidos e bancadas para elaborar o relatório. “Vou analisar tudo. Elas serão sistematizadas em artigos, temas e impacto fiscal”, afirmou o relator, acrescentando que, em sua avaliação, visará a conciliar a economia esperada com a reforma e o impacto social, no intuito de não permitir medidas mais severas aos mais pobres.

A comissão se reúne nesta terça-feira, quando será apresentado o cronograma de trabalho para análise do projeto da reforma da Previdência.

Fonte: O Globo

Presidente do STJ restabelece contribuições extraordinárias integrais para a Petros

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, deferiu pedido de suspensão de liminar feito pela Fundação Petrobras de Seguridade Social Petros para suspender, até o trânsito em julgado da ação originária, os efeitos de decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que havia reduzido em 50% o valor das contribuições extraordinárias fixadas para o plano de equacionamento de déficit do Plano Petros do Sistema Petrobras. A decisão do presidente do STJ restabelece a integralidade das contribuições.

O pedido de suspensão foi feito contra acórdão do TJRJ que, ao julgar agravos de instrumento e agravo interno interpostos nos autos de ação civil pública, havia concedido tutela provisória para reduzir o valor das contribuições extraordinárias devidas pelos participantes e assistidos das federações e associações agravantes.

A Petros alegou no pedido de suspensão que a decisão do tribunal fluminense causaria risco à economia pública ao colocar em xeque não só o Plano Petros do Sistema Petrobras, mas o próprio sistema de previdência complementar, com a possível proliferação de decisões semelhantes em relação a outros fundos.

Risco

Ao conceder a suspensão, Noronha afirmou que a decisão do TJRJ teria efeitos extremamente danosos para a ordem econômica e social, uma vez que o tribunal decidiu pela redução do valor das contribuições extraordinárias criadas com o intuito de solucionar déficit existente em plano de previdência complementar.

Segundo o ministro, ao reduzir “sem maiores considerações” o valor das contribuições extraordinárias na Petros, que tem um dos maiores planos de previdência complementar do país, o tribunal fluminense “não apenas compromete a solvência e liquidez do próprio plano, dificultando a (re)constituição das reservas garantidoras dos respectivos benefícios, mas também, o que é mais grave, coloca em risco a segurança de todo o sistema de previdência complementar, cuja relevância é atestada pela própria Constituição Federal”.

O presidente do STJ observou ainda que o acórdão impugnado, ao interferir, “mesmo que de forma precária”, nos mecanismos de equacionamento do déficit atuarial do plano deficitário teria contrariado jurisprudência do STJ. “A Petros demonstrou, com suficiência de argumentos, corroborados pela documentação anexada, os efeitos altamente deletérios do aresto impugnado sobre a ordem econômica e social”, afirmou.

Legitimidade

Para o ministro, o interesse público envolvido na demanda justifica a intervenção da Petros no polo ativo da ação, ainda que a medida suspensiva pleiteada venha a beneficiar a empresa. “Não há dúvida quanto à legitimidade da Petros para requerer a medida suspensiva, pois é notório o interesse público primário envolvido na demanda, relacionado com a manutenção do equilíbrio e solidez do sistema previdenciário complementar do país, com reflexos sobre toda a extensa coletividade que dele se utiliza e se beneficia”, frisou.

Reforma

Noronha destacou que o Brasil passa por um “sensível momento”, no que diz respeito à previdência social. “A pretendida reforma previdenciária, com todos os benefícios fiscais dela decorrentes, é tida como de fundamental importância para o bem-estar das futuras gerações, trazendo a reboque a necessidade de construção de um sistema de aposentadoria sólido e impermeável a qualquer tipo de interferências externas, inseridos aí eventuais excessos de natureza judicial”, frisou.

Processo: SLS nº 2507

Fonte: STJ

MDB anuncia posição contrária a três itens da reforma da Previdência

Partido diverge de texto quanto a benefício pago a idosos carentes e aposentadoria rural e de professores

Sexta maior bancada da Câmara, o MDB anunciou, nesta quinta-feira (2), ser contrário a três pontos da proposta de reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro. O partido é contra a proposta de mudança no BPC (benefício pago a idosos carentes), na aposentadoria rural e nos critérios para aposentadorias de professores.

Sigla do ex-presidente Michel Temer, que falhou ao tentar aprovar uma reforma da Previdência, o MDB é a favor de ajustes na Previdência Social e redução dos gastos com aposentadorias e pensões, além de defender a criação de uma idade mínima para aposentadoria. No entanto, a legenda quer discutir as propostas de Bolsonaro para mudar a fórmula da pensão por morte e os critérios de aposentadorias especiais, como de policiais.

O MDB também questiona a parte da reforma que altera as alíquotas de contribuição à Previdência, que criaria taxas diferentes a depender da renda do trabalhador ou servidor público. Outro item criticado pelo partido é a ideia de restringir o acesso ao abono salarial, benefício pago a trabalhadores de baixa renda.

A proposta de trocar o atual regime previdenciário pelo sistema de capitalização, no qual cada trabalhador faz a própria poupança, será debatida pela bancada durante a tramitação da reforma da Câmara. “É um documento que servirá como o começo de uma discussão, servindo de orientação às bancadas da Câmara e do Senado Federal”, disse o presidente do partido, Romero Jucá.

O MDB e mais 12 partidos já tinham se posicionado contra a proposta para o BPC e para a aposentadoria rural. Agora, o partido se une a outras bancadas, como a do PR, que querem derrubar as mudanças sugeridas por Bolsonaro para os critérios da aposentadoria de professores.

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma da Previdência prevê uma economia de R$ 1,2 trilhão nos gastos públicos em dez anos. Sem os trechos para alterar regras do BPC, aposentadoria rural e de professores, essa estimativa seria reduzida em R$ 122,6 bilhões.

Fonte: Folha de São Paulo

‘Reforma da Previdência será aprovada; problema é de que tamanho”, diz líder do PP

Arthur Lira admitiu que atualmente o número de parlamentares a favor da PEC não é bastante para colocar a proposta em votação no plenário

O líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira (AL), acredita na aprovação da reforma da Previdência, porém ressaltou que a proposta precisa ser amplamente debatida e que não é possível determinar agora a intensidade e o prazo para sua aprovação pelo Congresso. “O problema é de que tamanho, com que prazo. Não haverá votos se continuarmos com essa especulação de prazos. Quanto mais se discutir e buscar por uma reforma minimamente consensuada, maior a chance de ter os 308 votos necessários”, afirmou Lira, em entrevista à Rádio Eldorado.

O parlamentar alagoano explicou que, neste momento, o número de parlamentares que votariam pela reforma da Previdência não é suficiente para aprovar a medida no plenário da Câmara. “Hoje, não temos os 308 votos para aprovar a reforma, isso é fato”, disse. “Não adianta levar a pauta na marra ao plenário de 513 deputados que ninguém controla. Falar em rapidez quando não se tem voto é arriscado”, insistiu.

“É melhor modular e fazer enxugamentos pontuais”, continuou, prevendo a ocorrência de alterações no texto original. “O governo não tem mais a capacidade política de dizer ‘não aceito que mude mais nada na reforma'”, comentou o deputado, que disse nunca acreditar na economia de R$ 1 trilhão ou mais em dez anos. “Talvez algo em torno de R$ 600 bilhões já seria positivo, e aí pode se fazer outra reforma lá na frente, quando necessário”, afirmou Lira.

O deputado refutou, entretanto, que uma desidratação da reforma seja estratégia do “Centrão” para enfraquecer Bolsonaro e sua eventual candidatura à reeleição em 2022. “Não existe Centrão, isso é uma denominação da imprensa para aglutinar os partidos que não estão na base do governo”, disse.

“Paulinho da Força errou ao sugerir desidratar a reforma como estratégia para enfraquecer Bolsonaro. O tempo das mídias sociais é muito mais rápido que o tempo da política real e ele já reconheceu que errou”, afirmou. I deputado Paulinho (Solidariedade-SP) deu declaração neste sentido na quarta-feira, dia 1º. “O atual governo decidiu governar sem uma coalizão e isso trouxe benefícios, diminuindo concessões de parte a parte. As indicações de cargos não são mais aos partidos, mas ainda seguem políticas”, finalizou Lira.R

Fonte: Estado de Minas

STF suspende decisão que havia impedido pagamento escalonado de aposentadorias

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, acolheu pedido feito pelo estado de Mato Grosso e suspendeu os efeitos da decisão do tribunal estadual que havia determinado ao governo o pagamento integral dos proventos de aposentadoria e pensão dos associados do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Mato Grosso (Sindepo). O ministro reconheceu que a medida é excepcional, mas se justifica no contexto de grave crise econômica que afeta os entes federados.

A decisão agora suspensa determinou ao estado o pagamento integral das aposentadorias e pensões dos associados do Sindepo. Ela foi tomada no âmbito de mandado de segurança impetrado no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJ-MT) pela entidade para questionar ato do Poder Executivo que havia determinado o pagamento escalonado dos vencimentos e dos proventos de aposentadorias dos servidores públicos e requerer o pagamento em parcela única. O pedido foi acolhido em liminar deferida por desembargador da corte estadual.

No STF, o Estado de Mato Grosso argumentou que a decisão comprometeria gravemente a economia e a ordem pública, uma vez que, num cenário de grave crise financeira, a obrigação de pagamento integral dos proventos de aposentadoria e pensões implicaria a imediata transferência de expressivos aportes orçamentários do tesouro estadual para o Fundo de Previdenciário do estado. Assinalou ainda que, ao impedir o pagamento escalonado, a decisão conferiu tratamento desigual aos servidores públicos estaduais e desencadeou efeito multiplicador, pois outras categorias poderiam pleitear o mesmo.

Em sua decisão, o ministro Toffoli observou que as notas técnicas elaboradas pela Secretaria Estadual do Tesouro que instruem o pedido demonstram o colapso financeiro a que chegou o Estado de Mato Grosso, devido principalmente à queda das expectativas de arrecadação, que não permite que sequer faça frente às despesas correntes da administração. Segundo o ministro, a suspensão do escalonamento no pagamento dos salários dos servidores assistidos pelo Sindepo poderia comprometer o “tênue” equilíbrio orçamentário obtido pelo estado e pôr em risco, no futuro, o pagamento dos salários dessa e de outras categorias de servidores.

“Reiteradas decisões do Supremo Tribunal Federal têm reconhecido que a situação de agravamento da crise econômica que atravessam os diversos entes da Federação, bem como a União, autoriza a tomada de medidas excepcionais para a superação desse quadro adverso, dentre as quais destaca-se o escalonamento no pagamento dos proventos de aposentadoria e pensões dos servidores públicos, tal como efetuado, no caso, pelo Estado do Mato Grosso”, afirmou o ministro.

As circunstâncias, a seu ver, justificam o deferimento do pedido de suspensão da liminar concedida por desembargador do TJ-MT por violação à ordem pública, considerada em suas acepções econômica e administrativa. Toffoli citou precedente (SS 5191) em que a então presidente da Corte ministra Cármen Lúcia decidiu da mesma forma. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.

Fonte: Conjur

Bolsonaro e Maia acertam relação direta, sem interlocutores, para evitar ruídos

O presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acertaram no final de semana que, a partir de agora, terão uma relação sem intermediários, de contato direto. Se o presidente da República quiser falar com Maia, não precisa mandar mensagem por ministros. Mandará mensagem direta no celular do presidente da Câmara, e vice-versa. Uma das avaliações feitas nos bastidores por aliados de ambos é a de que recados enviados por interlocutores abrem margem para interpretações diversas, os tais ruídos de comunicação.

A conversa do final de semana, segundo relatos obtidos pelo blog, foi classificada como “a melhor conversa entre eles”, e, o mais importante: “uma conversa na política”. Bolsonaro repetiu a Maia que, se a proposta de reforma da Previdência der certo, eles darão certo juntos, e que é preciso diminuir a pobreza no Brasil.

Diferentemente da primeira conversa a sós – no começo do ano –, desta vez não houve nenhum tipo de abordagem sobre o que querem os parlamentares. Isso é tarefa para o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que cuida das demandas dos deputados.

Bolsonaro e Maia ficaram de pensar juntos a melhor forma de relacionamento com a Câmara – se for o que está dado, a reforma será aprovada, mas será preciso o governo compreender a importância dos partidos para garantir celeridade e, também, um texto mais robusto na Casa.

A preocupação de Maia no encontro era afastar qualquer ideia de que estaria pleiteando cargos para deputados. De novo, isso é assunto para Onyx. Entre Maia e Bolsonaro, a conversa será outra e, conforme combinado, direta e reta.

Nem a entrevista de Maia ao site Buzzfeed, em que o presidente da Câmara faz críticas a filhos do presidente, entrou na roda. Bolsonaro ignorou o assunto e, por esse motivo, foi chamado de “craque” por aliados de Maia, já que, em outros tempos, como no mês passado, este mal-estar seria suficiente para criar um bate-boca virtual entre o presidente e o deputado.

No entanto, o presidente, que já havia minimizado em público a entrevista de Maia ao site, também o fez em privado para deputados, um sinal mais do que claro de que o presidente está disposto a jogar junto com a Câmara pela Previdência.

Fonte: G1

Aposentado por invalidez que ganhasse R$ 2.300 perderia mais de R$ 1.000

O trabalhador que ficar incapaz de exercer uma atividade profissional receberá um valor menor na aposentadoria por invalidez se a reforma da Previdência for aprovada como está. Dependendo do caso, quem tem média salarial de R$ 2.300 pode perder mais de R$ 1.000 numa eventual aposentadoria. Para quem já recebe o benefício, nada muda. Isso aconteceria só para futuros casos.

Há duas mudanças de cálculo para esses segurados. A primeira é a média salarial. Hoje, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) considera os 80% maiores salários de contribuição desde julho de 1994, descartando as menores contribuições. A proposta prevê uma média salarial considerando todos os salários de contribuição, o que faz o valor ficar menor.

Além disso, hoje, os aposentados por invalidez recebem 100% da média salarial. A proposta prevê que o valor do benefício seja de 60% da média salarial, mais 2% para cada ano de contribuição que exceder 20 anos de contribuição. Apenas nos casos de acidente de trabalho, doenças profissionais e doenças do trabalho, o segurado receberia 100% da média salarial.

Veja qual seria a perda na aposentadoria por invalidez

Hoje um segurado que ficou incapaz de trabalhar e contribuiu para a Previdência por 20 anos (sendo 15 anos sobre o mínimo e cinco anos sobre o teto) tem média salarial de R$ 2.324,74. Ele receberá 100% de sua média salarial. Ou seja, terá direito a R$ 2.324,74 de aposentadoria.

Com a reforma, a média desse mesmo trabalhador cairia para R$ 1.967,88 (considerando todas as contribuições). Ele terá direito a 60% da média salarial, ou seja, sua aposentadoria por invalidez seria de R$ 1.180,73. A diferença é de R$ 1.144,01 na comparação com a regra atual.

A reforma prevê que se esse trabalhador fosse aposentado por acidente de trabalho, doença profissional ou doença do trabalho, ele teria direito a 100% da média salarial, ou seja, ele receberia os R$ 1.967,88. A diferença, nesse caso, seria de R$ 356,86.

Os cálculos foram elaborados pelo advogado Luiz Felipe Pereira Veríssimo, do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários).

Entenda a aposentadoria por invalidez

A aposentadoria por invalidez é concedida aos segurados que estão incapazes de exercer qualquer atividade profissional e que não podem ser reabilitados em outra profissão. O benefício é pago enquanto persistir a invalidez, portanto, apesar de ser chamada de aposentadoria, não é um benefício definitivo e que será pago a vida toda. Apenas os aposentados por invalidez com 60 anos ou mais não perdem mais o benefício.

O trabalhador não pode pedir para ser aposentado por invalidez. Quem decide isso é o perito médico do INSS. Inicialmente, o segurado deve pedir um auxílio-doença. Se a perícia constatar que a incapacidade é permanente, a aposentadoria por invalidez será indicada.

Os aposentados por invalidez não podem trabalhar enquanto recebem o benefício, sob o risco de terem o benefício suspenso. Se tiverem dificuldades para exercer atividades diárias e precisarem de um cuidador, é possível solicitar diretamente nas agências do INSS um adicional de 25% no valor do benefício.

Fonte: UOL

Gasto com militares cresce e pressiona finanças estaduais, mostra estudo

Folha de pagamento dos governos com a categoria já é de R$ 80 bilhões. Em alguns estados, quantidade de inativos e pensionistas já é maior do que a de ativos.

As finanças estaduais estão sendo pressionadas pelo aumento de gastos com militares, considerando policiais e bombeiros. Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta segunda-feira (29) mostra que a folha de pagamento dessa categoria nos estados é de quase R$ 80 bilhões.

Os gastos com militares têm afetado as finanças estaduais basicamente por dois motivos. Primeiro, é uma categoria que tradicionalmente se aposenta mais cedo do que as demais. Segundo, a quantidade de militares inativos é crescente, e os salários são maiores do que o observado entre os trabalhadores ativos.

Os militares nos estados são formados em sua maioria por praças (90%) das PMs e Corpos de Bombeiros. Os gastos com militares do Exército, Marinha e Aeronáutica são de responsabilidade da União.

Em média, o salário dos militares estaduais que estão na ativa é de R$ 5.237, a remuneração dos inativos é de R$ 7.860,62 e a de pensionistas chega a R$ 4.820,70.

Os sinais de deterioração das contas públicas a ficaram evidentes nos últimos anos. Enquanto a receita líquida dos governos estaduais cresceu 3% ao ano de 2006 a 2017, os gastos com militares aumentaram 7% ao ano no período. Passaram de R$ 39,9 bilhões para R$ 79 bilhões.

Com esse crescimento, o peso da folha de pagamento dos militares em relação ao total das receitas dos Estados cresceu de 9% para 12,5%. “A contenção da expansão da folha de pagamentos militar representa um grande desafio para os governos estaduais”, observou o Ipea.

Em alguns estados, como Minas Gerais e Rio de Janeiro, um quinto da receita da administração pública é destinada para o pagamento de militares.

Dependência

O quadro é ainda mais difícil porque, em alguns estados, a quantidade de militares inativos e pensionistas já é maior do que a de ativos, dificultando uma recuperação das finanças locais no curto prazo.

No levantamento, o Ipea calculou a razão de dependência dos militares que não estão atuando em relação aos que seguem na profissão. Em São Paulo, a razão de 1,2; no Rio Grande do Sul, chega a 1,9 – quando a taxa supera 1, significa que há mais trabalhadores inativos e pensionistas do que ativos.

Número de militares estaduais

Segundo o Ipea, existem atualmente cerca de 456,6 mil militares estaduais em atividade no Brasil, considerando os policiais e bombeiros, além de cerca de 250 mil inativos e 135 mil pensionistas. Os números não incluem o Distrito Federal, pois sua folha de pagamento é de responsabilidade constitucional da União.

“No país como um todo, há quase o mesmo número de militares ativos do que de inativos e pensionistas somados”, informou o Ipea.

De acordo com o estudo, mantendo-se as regras previdenciárias atuais nas Unidades da Federação, em pouco mais de uma década 52% do contingente de militares estaduais em atividade no Brasil (policiais militares e bombeiros) estará na inatividade.

O Ipea projeta um crescimento de mais de metade do número de inativos no prazo de 15 anos, “uma vez que as concessões de benefícios deverão ser muito superiores aos cancelamentos por morte”.

Reforma da Previdência

No fim de março, o governo apresentou uma reforma para militares. O projeto de lei que altera o regime previdenciário e prevê uma reestruturação das carreiras dos militares também vincula os policiais militares e bombeiros às novas regras.

De forma geral, a proposta de reforma do regime de aposentadoria dos militares aumenta o tempo de serviço na ativa e também a alíquota de contribuição da categoria. A economia líquida deve superar R$ 10 bilhões no período de dez anos.

A principal alteração é o aumento de 30 para 35 anos no tempo de serviço. Além disso, a alíquota de contribuição dos militares, ativos e inativos, para as pensões, passará de 7,5% para 10,5% do total do soldo. Os pensionistas, atualmente isentos, também passarão a contribuir.

Segundo o Ipea, hoje, em média, o pedido do militar para a aposentadoria se dá aos 51 anos. Se essa solicitação ocorrer aos 55 anos, os estados podem ter uma economia de R$ 29 bilhões nos 10 primeiros anos.

Fonte: G1

Governo aceita alterar quatro pontos da reforma da Previdência para aprovar a PEC na CCJ

Depois das pressões e negociações com partidos do Centrão, a equipe do presidente Jair Bolsonaro aceita retirar da reforma da Previdência Social quatro pontos da proposta de emenda constitucional (PEC) que está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A intenção do governo com a demonstração de boa-vontade para mexer no texto é tentar aprovar a PEC já nesta terça-feira (23).

Na avaliação de assessores do ministro Paulo Guedes (Economia), os trechos oferecidos para a tesoura do Centrão não afetam a potência fiscal da reforma e, por isso, poderiam ser negociados ainda nesta primeira fase de tramitação.

Na estratégia inicial, o governo só considerava a possibilidade de ceder na segunda etapa de tramitação do texto na Câmara, durante os trabalhos da comissão especial, que analisará o mérito da medida.

Os quatro pontos que o governo admite mexer na CCJ são os seguintes:

1. O que retira a obrigatoriedade de recolhimento de FGTS de aposentados e do pagamento da multa de 40% da rescisão contratual deles

2. O que define o foro de Brasília para qualquer tipo de ação judicial sobre questões previdenciárias da reforma

3. Retirada da definição de aposentadoria compulsória da Constituição, transferindo mudanças para lei complementar

4. O que deixa apenas nas mãos do Executivo federal qualquer proposta de alteração nas regras da Previdência

No caso da aposentadoria compulsória de servidores, líderes do Centrão dizem que a medida pode ser uma estratégia do governo Bolsonaro para abrir vagas em tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF).

Recentemente, a idade da aposentadoria compulsória passou de 70 para 75 anos. Retirando esse ponto da Constituição e transferindo mudanças para a lei complementar, ficaria mais fácil reduzir essa idade e não haveria impacto, principalmente, no período de aposentadoria de ministros de tribunais.

O governo não quer ceder além desses quatro pontos. Modificações em itens como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e aposentadoria de trabalhadores rurais – que são vistas como certas na comissão especial – ficariam apenas para a segunda fase de tramitação. Paulo Guedes avalia que ceder ainda na primeira fase de tramitação enfraquece a estratégia do governo. O ministro da Economia preferia deixar qualquer mudança para a comissão especial.

No entanto, ele e o secretário da Previdência, Rogério Marinho, avaliaram que o governo pode fazer gestos na direção do Legislativo aceitando retirar pontos “laterais” da reforma, que não comprometem a previsão de economia de R$ 1 trilhão no período de dez anos.

O relator do parecer de admissibilidade na CCJ da Câmara, deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), deve redigir novo parecer, fazendo os ajustes negociados nos últimos dias entre os partidos do Centrão e o governo.

Ao longo desta segunda-feira (22), Rogério Marinho terá reuniões com Paulo Guedes e conversas por telefone com líderes partidários para tentar fechar o acordo.

Fonte: G1