Partido diverge de texto quanto a benefício pago a idosos carentes e aposentadoria rural e de professores
Sexta maior bancada da Câmara, o MDB anunciou, nesta quinta-feira (2), ser contrário a três pontos da proposta de reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro. O partido é contra a proposta de mudança no BPC (benefício pago a idosos carentes), na aposentadoria rural e nos critérios para aposentadorias de professores.
Sigla do ex-presidente Michel Temer, que falhou ao tentar aprovar uma reforma da Previdência, o MDB é a favor de ajustes na Previdência Social e redução dos gastos com aposentadorias e pensões, além de defender a criação de uma idade mínima para aposentadoria. No entanto, a legenda quer discutir as propostas de Bolsonaro para mudar a fórmula da pensão por morte e os critérios de aposentadorias especiais, como de policiais.
O MDB também questiona a parte da reforma que altera as alíquotas de contribuição à Previdência, que criaria taxas diferentes a depender da renda do trabalhador ou servidor público. Outro item criticado pelo partido é a ideia de restringir o acesso ao abono salarial, benefício pago a trabalhadores de baixa renda.
A proposta de trocar o atual regime previdenciário pelo sistema de capitalização, no qual cada trabalhador faz a própria poupança, será debatida pela bancada durante a tramitação da reforma da Câmara. “É um documento que servirá como o começo de uma discussão, servindo de orientação às bancadas da Câmara e do Senado Federal”, disse o presidente do partido, Romero Jucá.
O MDB e mais 12 partidos já tinham se posicionado contra a proposta para o BPC e para a aposentadoria rural. Agora, o partido se une a outras bancadas, como a do PR, que querem derrubar as mudanças sugeridas por Bolsonaro para os critérios da aposentadoria de professores.
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma da Previdência prevê uma economia de R$ 1,2 trilhão nos gastos públicos em dez anos. Sem os trechos para alterar regras do BPC, aposentadoria rural e de professores, essa estimativa seria reduzida em R$ 122,6 bilhões.
Fonte: Folha de São Paulo